Cry me a River

Dias como o de hoje, cinzentos, frios, inóspitos e muito, muito chuvosos fazem-me desejar não sair de casa, seja para o que for. Infelizmente, existe uma coisa chamada aulas que, por mero acaso, me obriga a sair da minha tão confortável cama para me deparar com uma manhã escura e indefinida.

Saio de casa, quase preparada para um dilúvio, e diga-se de passagem que me esqueci de calçar umas botas em vez dos típicos “all star” e trazer um casaco que não fosse uma simples gabardina, por isso dá para imaginar o quão preparada estava!

Chego à escola parcialmente ensopada e, como de costume, atrasada. Dirijo-me ao Conselho Executivo para ser tratada pela própria headmaster (não me atrevo a pronunciar o seu nome, pode por em risco a minha posição neste blog). Acontece que tinha o meu pobre dedo magoado e já em sangue, depois de uma feroz luta com o vento que acabou por matar o meu guarda- chuva (e o meu pai muito lamenta, eu que o diga).

Depois, e só para ter a certeza que a melhor coisa que fiz hoje foi levantar-me às 7 da manhã, ainda tive aula de substituição que se traduz sempre em algo extremamente produtivo.
Pela primeira vez na vida, consegui adormecer três vezes num teste e escrever “ower” em vez de “our”, várias vezes… A minha constipação e rouquidão prolongada pioraram e, depois de me estar a sentir mal toda a manhã, fui finalmente para casa.

E agora, que já estou de volta ao habitat natural, nada me dá mais conforto do que ouvir Ella Fitzgerlad em “Cry Me A River”. Cada vez que oiço esta canção, a primeira imagem que vem à minha cabeça é a de um céu cinzento e tranquilo.Lá fora, a chuva é forte e tem vontade própria, não pretende parar! Mesmo assim, já não importo com ela…Concentro-me agora nesta guitarra misteriosa e envolvente, e nesta voz maravilhosa que me transportam para um outro lugar…