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segunda-feira, março 10, 2008

Divórcio

É novamente o divórcio.
Passeaste-te pelas escadarias escondidas da luz
E preferiste saudar o casamento dos outros.
Fugiste dos teus passos, instintivamente.
Deixaste os pensamentos para trás, presos por um fio, acolá, ao pé do esconderijo. Longe dos outros sentidos.
Hoje foi dia, mas amanheceu tarde.
E o zumbido fez acordar a revolta.
E tu fugiste - novamente o divórcio.
Das tuas mágoas, dos teus fascínios.
Agachaste-te naquelas escadas, eu vi-te.
Porque choravas tu quendo ela te amanheceu?
Destroça o que criaste, porque já é cedo demais.
Contou-me que rolaste e abandonaste os lençóis, que anegraram instantaneamente.
E aí a deixaste casada, nao contigo que já te divorciaste, mas com a culpa (que não foi só dela).
A luz daquelas escadas onde refugiaste a escuridão em ti, é a luz que perdeste no amanhecer lento e tardio, que zumbio e rasgou os lençóis - divorciaste-te de despeito e despiste o casamento.