Quem nos faz como somos
Há dias, li uma entrevista com um psiquiatra, de seu nome José Luís Pio Abreu, que me deixou a reflectir seriamente, sabendo sem saber que reflectia. Esta entrevista era sobre o seu novo livro, intitulado de "Quem nos faz como somos".
Nela, ele salieuntou alguns dos aspectos sobre os quais fala o livro. Entre eles, destaca-se a busca constante que o espécime humano faz pela identidade. Seja ela individual, ou social.
Afinal, o que é a nossa identidade?
Temos a identidade irrevogável, a genética, a qual não escolhemos e a qual dá continuidade à nossa identidade social, assim como o nosso nome (que pudemos sempre modificar, ao contrário da primeira.). Mas também temos a nossa identidade construtiva, aquela que vamos, tanto individual como socialmente, construindo. A nossa identidade é só nossa; ela fica para além do eu - é por ela que seremos relembrados.
Mas somos mesmo nós que construímos, sozinhos, a nossa identidade?
Ouvimos um género de música e vestimo-nos de negro - somos rotulados como pretencentes a um determinado grupo. Temos um ídolo de TV, o qual acompanhamos e até seguimos algumas das suas tendências. "Tenho de ser simpática com este, pois ele é um cliente importante."
Nós fazemo-nos dos outros. É aos olhos deles que somos aceites. É para os olhos deles que fazemos a manutenção da nossa identidade. O "eu" precisa do "nós", que precisa da cultura. Pois a minha cultura é parte da minha identidade.
Eu, por exemplo, mudei de clube de futebol, novinha, porque queria contrariar o meu pai - não queria ser como ele. Quis identificar-me à parte dele. Foi através dele que construí a minha nova identidade como pertencente a uma nova cultura. Porque não é só dos outros que ela vive, a identidade.
Mas, a cultura precisa dos genes, é só com a sua evolução que ela tem continuidade. Como uma árvore genealógica.
Agora, eu pergunto, de novo:
Afinal,
Quem somos nós?
O que é a nossa identidade?
Quem nos faz como somos?
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