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quinta-feira, fevereiro 07, 2008

[There's just too much green to feel blue]

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Contradições

Magoa pensar. Custa lembrar.
Contemplas-me desse lado do espelho
Sem sequer me ver
E dizes que me compreendes…
Tu não compreendes é nada, na verdade.
Porque é diferente estar desse lado.
E não sentes o mesmo que eu.
Não sabes como é recordar ao olhar,
Ao caminhar e lembrar.
Não te admiras ao saber que sabias,
Muito menos ao já sentir que não querias.
E senti-lo repugnantemente na pele, agora que tudo passou.
Esse espelho é a nossa barreira.
E de que me adianta agora chorar?
A dor já não dói, apenas lembra que é dor.
O sentimento já não se fia, só permanece.
Cansei-me de o esperar. E ele começa a fugir.
Sucumbe naquela memória de uma ponte iluminada
Que para ti continua lá, no escuro da noite, sem nada,
E para mim foi a mágica de mais uma outra árvore que cresce acesa.
E ali te vejo, acobardado do outro lado do espelho.
Fino e duro, à espera de se estilhaçar.
Assim como aquele arco que reviveu o nosso conjunto.
O mesmo que o viu quebrar.
E dizes que não o sentia porque não o vias em mim.
Mas a relação entre duas feições é a mesma da de uma moeda:
Há sempre uma cara e uma coroa.
E se eu o sentia, sentia-o à minha maneira,
Do meu jeito, aquele que antes te era meu.
Sentia-o, como o toque da tua pele.
Mais uma vez, julgaste compreender-me…
E mais uma vez a insegurança dominou, desta vez certeira.
Não compreendes: não podes compreender.
Não és tu que vês o fluido do pensamento
Correr rio abaixo em gotas que de nada valem já
A não ser para manter a mágoa da desilusão
Que apenas tu criaste.
O rio que padece da tua imagem, do teu som.
A inveja de quem te pode dizer o que eu anseio.
A raiz de uma árvore que morre de sede.
E o glacial vento que chama o teu abraço,
Mesmo durante o sonho que desejo não ter.
Porque inevitavelmente me faz fraquejar.
Lembraste? Será que ainda o olhas?
Ainda páras na frente daquele quiosque?
Não to desejo, apesar de todas as contradições que te sinto.
Já cessei de o pensar, mas não deixo de o lembrar.
Assaltam-me: não consigo.
Talvez me punam, mas não sei de quê.
E deixa-me aprendê-lo consoante os meus passos.
Não te expliques mais, apenas tenta deixar-me entender.
Magoa, mas estou viva. Avança para que eu continue.
Lamberei as feridas até que elas sarem.
E com luta conquistaremos o que de primeiro ficou.
Se quisermos ganhar o que nos ajudou.
As conversas estranhas que nos tornou,
Embora diferentes, especiais.
O perfil ficará, porque eu quero que ele fique.
De tudo, a certeza emerge, obtusa.
Olha o espelho de todas as imagens,
As recordações que em mim ficarão.
E não nego nadinha, pois vivi-o tintim por tintim.
Gozarei e seguirei em frente, reconstruindo-me.
Aproveitando os pedaços do que tiver de acontecer.

domingo, fevereiro 03, 2008

Nuvens de Admiração

Mergulhos de olhos azuis
Para pensamentos cor-de-rosa.
E fico a olhar, o que gosto por ti
Profundo, como água espelhada.
No mar. Ou na neve fria, tal
O cheiro ácido-doce alaranjado
Do seu sabor, como o teu, Floco...
Vês nuvens, torres e relógios:
Plena imaginação,
Que te conta que lá estarei.
Envolto naquele manto, verde
De magia, o desejo do teu
Maduro, Entardecer...
Descobre, que enfeitiça. Decifra, que nasce.
Vem! Depois dessa volta por aquela
Cambaleagem de paisagem memorável...